Zoom Fatigue: quando o Home Office pode levar à exaustão?

 


Cada vez mais popular pela internet, o termo tem chamado atenção de especialistas e se relaciona à fadiga que o uso exacerbado de videoconferências e do próprio home office pode causar.


Os meios digitais tem sido a maior saída para a manutenção das atividades comerciais (e-commerce), educacionais (Ensino a distância) e profissionais (Home Office), provocando a elevação do índice de hora-tela (IHT). 

Este índice significa intensidade com que os seres humanos permanecem diante das telas de seus Smartphones, Tabletes, Computadores, Notebooks,entre outros equipamentos eletrônicos.A maneira mais eficaz de se medir o IHT, é dividindo a quantidade de horas que você passa em frente à telinha pelas 24h do dia — conforme explicado no livro "Convivendo (bem) com a Dependência Digital" (www.barralivros.com), escrito pelo Professor Lúcio Lage, Doutorando em Saúde Mental pelo Instituto de Psiquiatria da Universidade Federal do Rio de Janeiro (IPUB/UFRJ) e pesquisador do Laboratório Delete–DetoxDigital e Uso consciente de Tecnologias, pertencente ao (IPUB/UFRJ). 

Segundo Lúcio Lage, com a intensificação do tempo de trabalho e de exposição às vias digitais, as pessoas têm sentido o efeito colateral e danoso ocasionado pelo cansaço físico e mental agora no período de pandemia.

“É possível identificar os danos visuais pela exposição excessiva dos olhos às telas e possíveis danos físicos devido à postura corporal. Acrescento, ainda, a fadiga pela carga de tempo e repetitividade que impõe ao cérebro humano, seja pela ferramenta digital Zoom, que dá nome ao termo "zoom fatigue" ou qualquer outra (Instagram, Facebook, Google Meeting, Skype e outras). O excesso de uso desta prática digital esgota as pessoas, às vezes em graus muito acima do normal”, explica o pesquisador que abaixo responde algumas perguntas sobre o “zoom fatigue”. 


1- O que pode ocasionar este tipo de fadiga?

 R: Além do número excessivo de horas, esta fadiga é provocada por vários motivos, dentre eles as condições com que as pessoas usam estes recursos que vão desde o mobiliário não adequado até a dificuldade de "sentir" o clima de uma reunião onde mal é possível ver as reações de todos os participantes, passando pela qualidade da Internet no Brasil, desconhecimento dos recursos que as ferramentas oferecem e também por eventual má coordenação da reunião. Cenários como estes, por dias a fio, levam a situações de estresse, ansiedade, cansaço físico e mental e concentração prejudicada.

 2- O que o senhor pode observar com relação às mudanças de comportamento?

 Na prática, é preciso manter as atividades e este é um recurso valioso, mas armas de fogo também são recursos valiosos em determinados contextos o que não assegura sua utilidade plena em cem por cento das situações. É preciso relativizar seu uso, e com o relaxamento do isolamento social, ele tem que ser usado como alternativa e não como via principal para estas atividades mencionadas anteriormente. Não adianta trocar o estresse e fadiga do deslocamento "casa-trabalho-casa" pelo estresse e fadiga das telas. Estes dois componentes causam impactos nocomportamento humano e danos da saúde, da mesma forma. 



3- Mas o que é preciso fazer para manter-se em atividade? 

 Bom, para responder essa pergunta de forma completa, preparei cinco sugestões como possibilidades que podem até não serem aplicáveis em todos os casos, mas que ajudarão muitas pessoas a entenderem o seu contexto e se adequarem de forma que a saúde mental e física não seja tão afetada:

 1. Avalie a imprescindibilidade de participar de todos os eventos por videoconferência, especialmente "Lives" que tomaram conta das telas com especialistas de tudo e com conhecimento de nada. Seu corpo agradecerá esta economia de fadiga; 
 2. Determine o tempo para cada atividade online, intercalando com outras atividades não digitais ou que não exijam telas; 
 3. Não traga alimentos/bebidas para sua videoconferência porque aí mesmo que será mais difícil terminar a reunião (e seu peso aumentará); 
 4. Se estiver previsto compartilhamento de documento durante a reunião quando vai parecer um vôo às cegas porque será mais difícil ver as "carinhas" dos demais participantes, tente ler o documento antes, para reduzir o tempo de entendimento do documento durante a reunião; 
 5. Controle seu tempo de trabalho em casa balizando pelo tempo que trabalhava no escritório para não acontecer o que vem acontecendo em Home Office hoje que é trabalhar mais tempo em casa, parecendo que você está mais eficiente ou eficaz. Na verdade seu desempenho pode estar pior pelo maior número de horas sucessivas em dias intermináveis. 

 Leia também “A vida após o novo coronavírus: novos comportamentos”, acesse: www.barralivros.com

Professor Lúcio Lage Título: 
A vida após o novo coronavírus: novos comportamentos
Editora Barra Livros Mini CV - Lúcio Lage Gonçalves 

Engenheiro, pós-graduação em Administração Pública (EBAP/FGV), em Tecnologia Educacional (U.Católica de Petrópolis), em Gestão do Conhecimento e Inteligência Empresarial (PUC - Paraná) , Mestrado em Administração (UNIEURO), Doutorando em Saúde Mental (IPUB/UFRJ), linha de pesquisa Dependência Digital. Pesquisador do Laboratório Delete - Uso Consciente de Tecnologi@s (IPUB/UFRJ) . Professor de cursos de MBA de 2000 a 2010. Orientador acadêmico. Escritor dos livros "Gestão de Mudanças na teoria e na prática" (2014), "Mudanças Organizacionais no Brasil" (2015), "Dependência Digital" (2017) e "Convivendo bem com a Dependência Digital" (2018). Co-organizador e co-autor do livro “Novos Humanos 2030: Como será a humanidade em 2030 convivendo com as tecnologias digitais?”(2019). Mais recente lançamento: A vida após o novo coronavírus: Novos Comportamentos (30/junho/2020). 

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