TRAGÉDIA EM SUZANO: PSIQUIATRA EXPLICA QUE VIOLÊNCIA SÓ NASCE EM TERRENO FÉRTIL


Numa triste manhã do dia 13 de março, semana passada, Guilherme Taucci Monteiro, de 17 anos, e Luiz Henrique de Castro, de 25 anos, entraram na Escola Estadual Raul Brasil, em Suzano (SP), na região metropolitana de São Paulo. Os dois foram responsáveis pela morte de um total de oito pessoas: cinco estudantes, duas funcionárias e um empresário, tio de Guilherme e dono de uma pequena concessionária. Após o crime, Taucci atirou em Luiz e se suicidou.

A Polícia Militar encontrou com os dois diversas armas, um revólver, uma besta, arco e flecha, garrafas de coquetel molotov – arma química incendiária – e machadinha. O vídeo de uma câmera de segurança da escola registrou o momento em que Guilherme Taucci entra na escola, saca a arma e dispara aleatoriamente contra os estudantes e funcionários que estavam em frente à secretaria do colégio, pouco depois da entrada. Na sequência, ele segue para um outro ambiente, não filmado, e aparece Castro, que, com a machadinha, tenta impedir a fuga de estudantes e chega a atingir alguns.

Segundo a mãe de Taucci, o garoto deixou de frequentar a escola em virtude de bullying. Ele morava com os avós e duas irmãs e estava afastado dos pais, que são dependentes químicos. Segundo relato de colegas, ele os ameaçou há três dias em um shopping, quando disse que estes deveriam “ficar espertos”. Em um de seus perfis, o atirador se identificava como “Guilherme Alan” e postou uma foto com máscara e arma antes do ataque.

O caso teve repercussão nacional e a grande pergunta é: qual motivo pode ter levado estes rapazes a cometer tal atrocidade? Até que ponto o vício no computador em jogos sanguinários influenciaram os assassinos? Abaixo, a psiquiatra Laís Bertoche, especialista em constelação familiar, responde algumas perguntas sobre a tragédia de Suzano:

.A tragédia de Suzano chocou o país. A senhora acredita que séries, filmes e jogos que estimulam a violência e comportamentos suicidas são fatores de risco que podem ter influenciado a mente dos assassinos?

Dra. Laís Bertoche - As pesquisas que abordam a dependência cibernética, observaram que os introvertidos (que apresentam dificuldade de interação social) mais facilmente confundem a “realidade virtual” com o mundo real.

Mas as sementes da violência só nascem em terreno fértil. Pessoas com problemas emocionais e comportamentais tendem a agir de modo mais inconsequente em comparação àquelas que se sentem pertencentes e importantes para sua família e comunidade.

.Considerar que, para algumas pessoas, as séries e os jogos possam induzir ao suicídio é alarmante?

Dra. Laís Bertoche
 - A adolescência é uma época de muita insegurança, quando o jovem ainda não tem muita convicção de quem ele é e deseja pertencer a um grupo a qualquer custo, sem um juízo critico adequado para avaliar riscos. Por isso, é mais vulnerável a ser induzido.

.O que desencadeia um tipo de crime como este?

Dra. Laís Bertoche
 - Os estudos psicopatológicos indicam dois tipos de “Serial Killers”: os psicopatas, que não são considerados legalmente insanos, embora possuam auto grau de impulsividade. Podem apresentar aspectos anti-sociais ou mesmo uma socialização adequada, mas desde pequenos falta-lhes empatia, não sentindo qualquer tipo de culpa ou remorso pelos erros cometidos.

Já os psicóticos são inimputáveis, e sofrem de transtorno mental grave como alucinações e delírios, como os esquizofrênicos e paranóicos.

.Alguma influência sozinha leva alguém a se tornar mais violento, ou é um acúmulo de fatores de risco? Muitas séries de TV tem incentivado em seus enredos, violência e suicídio. Como os pais podem cuidar com o que entra na cabeça de seus filhos e as autoridades se atentarem para isso?

Dra. Laís Bertoche
 - É muito improvável que uma pessoa compassiva e em paz consigo mesma cometa atos de violência contra o outro ou contra si mesma, como o suicídio ou o assassinato.

Pais e educadores precisam de tempo e presença para conversar e conhecer as crianças e jovens sob sua responsabilidade,observando seu comportamento, interesses e sentimentos a fim de identificar o problema, amparar a mudança e buscar ajuda especializada quando necessário.


Serviços: 

Dra. Laís Bertoche – Psiquiatria – Homeopatia – Constelação Familiar – Terapia de Vida Passada

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