Nono
livro de Doc Mariz é lançado em Live no e discute o humor na literatura em
tempos de Pandemia
O escritor Doc
Mariz, lançará na próxima semana, dia 17.12, às 19h, numa Live no instagram
(@editoraguardiao), o livro ‘Carecas não comem quibe’, uma coletânea de contos
bem humorados, que segundo o autor, foram feitos para serem lidos de manhã, ao sair de casa, a fim de enfrentar a monotonia do
trabalho com um sorriso nos lábios.
O senhor sempre escreveu livros e contos com pitada
de humor. De onde vem esta inspiração?
Um cronista deve ter um olhar crítico sobre tudo que o cerca?
Doc Mariz- Algo um tanto critico, algo um pouco irônico,
debochado. Certa vez persegui uma mulher nas ruas de Copacabana simplesmente
porque ela carregava displicentemente, em uma das mãos, as chaves do seu carro
e balançava junto com o movimento dos seus quadris. Fantástico. Nunca soube
quem ela era nem vi o seu rosto. Só as chaves e os quadris.
Todos seus personagens possuem um pouco da
realidade ou são fictícios?
Doc Mariz- Em algum livro meu escrevi a estória de um senhor com bastante idade, velhinho mesmo, que se consultava comigo. Um dia perguntei qual era o segredo da sua longevidade e disposição. Ele respondeu que era “chuchu”. “Comer chuchu todas as semanas”. Achei estranho, mas continuei a consulta. Ao se despedir de mim ele chamou a sua acompanhante de vinte e poucos anos: Vamos embora “chuchu”. É claro que rendeu uma bela estória...
Este é o seu nono livro. Pode me dizer um pouco de cada um deles?
Doc Mariz- Amadureci nesses vinte anos que escrevo. O primeiro livro chamava-se “Contos que curam”. Era engraçado, mas tinha um pouco de melancolia escondida, pois estava terminando um casamento. Com o passar do tempo percebi quais contos o meu publico gostava mais e aprimorei a escrita. E também o olho crítico.
O senhor se aventurou pelo universo infantil. Como foi esta empreitada? É especial escrever para crianças?
Doc Mariz-
Voltando aos CARECAS acredita que o humor em tempos tão duros de pandemia deve ser levado pais a sério?
Doc Mariz- Escrevi algumas estorinhas para crianças que dou consulta e filhos de conhecidos. E enviei por ZAP para os pais lerem para as crianças, enquanto elas colorem os desenhos de cada página. São para levantar o astral de uma época que marcará a história do mundo definitivamente. O humor também “cura” como escrevi no meu primeiro livro.
Acredita que o mercado cresceu para escritores com vertente humorística?
Doc Mariz- Se você se transportar para a premiação do Oscar americano verá que o melhor dos humoristas (Chaplin) nunca levou Oscar. Quando estava quase morrendo deram um prêmio simbólico para ele. Ninguém na nossa Academia Brasileira de Letras escreveu humor. E temos dezenas de ótimos escritores.
É fato que o lançamento de seu livro dia 17.12
estava previsto para ser em um bar em Ipanema com farta distribuição de quibe,
mas com a pandemia foi cancelado?
O senhor é carioca ipanemense e depois dos 50 anos
resolveu ir viver em Minas. As montanhas mineiras mudaram seu modo de escrever
ou ainda pensa nas areias e ondas de Ipanema em suas criações?
Pode me citar uma boa lembrança de Natal?
Doc Mariz- Lembranças
de uma cidade que nunca mais existirá. O bar Jangadeiros, na Praça General
Osorio, o botequim Garota de Ipanema, O Braseiro da Rua Montenegro (ótimo chope
da Brahma), O Brasinha esquina com a rua Canning (o melhor galeto do planeta
Terra), o sorvete do Moraes (depois a sorveteria Alex), o Bar do Zeppelin, o
futebol de praia de homens vestidos de mulher no final de ano, o Colegio
Chapeuzinho Vermelho, o Colegio Rio de Janeiro na Nascimento Silva, o cinema ao
ar livre na Praca N.Sra da Paz às sextas feiras, o Cine Roxy, Cine Pax, Cine
Pirajá que passava dois filmes pelo preço de um, as ruas enfeitadas para o
Natal, a Feira Hippie com os Hippies, o centro da cidade com luzes coloridas
para o Natal...
O senhor já escreveu uma crônica sobre a pandemia?
Doc Mariz- Sim, mas
não publiquei. Talvez um dia...
Acredita em uma nova onda pandemica?
Doc Mariz- Sim, não se esqueça de que sou Alergista e Imunologista. Quando me formei, há 40 anos, não tinha picanha, não tinha telefone celular, nem o tal infectologista. Era o clínico geral que resolvia todas as infecções. E o Imunologista era chamado para aumentar as defesas orgânicas do cidadão. Os vírus são mutantes. Há quem diga que nós também sofremos mutações com o passar dos milhões de anos.
Isso tudo vai passar quando em sua opinião como
médico experiente? O que diz António Mariz e o que diria o Doc Mariz?
‘Carecas não comem quibe’
Certa vez, dentro de um ônibus a passeio, alguém
soltou um “pum” fedorento. Muito fedorento. E chovia demais. As janelas do
ônibus estavam fechadas e o ar condicionado não funcionava! Alguém próximo
falou: – Quem soltou essa bomba deve ter comido algum salgadinho na rodoviária!
Outro falou tampando a respiração: – Deve ter sido um quibe! Daqueles que ficam
semanas na bandeja! – Pode ter sido aquele careca ali no banco da frente! Nesse
exato instante, Doc Mariz interveio com sua sabedoria investigativa baseada nas
séries de canal a cabo:
– Não foi ele! – E como o senhor sabe que não foi ele? Retrucou um fariseu! –
Porque carecas não comem quibe!
Todos riram e finalmente as janelas foram abertas,
a saída de emergência acionada e salvaram-se todos os passageiros de uma
internação no SUS. Nunca se soube quem era o autor daquele “ataque terrorista
gasoso intestinal”! E, confesso que não fui eu! Bem, a frase ficou na minha
cabeça... O trauma nasal e o cheiro também. Divirtam-se com esses novos contos
de humor, mas, por favor: não comam salgadinhos em rodoviárias! Muito menos
quibe!
A
propósito, o último capítulo deste livro é um presente do Doc para os leitores
hipocondríacos!
Ficha Técnica:
Editora Guardião
Ilustração de capa: João Pedro Mariz da Veiga
Capa: Roberta Pauletich
Projeto gráfico e diagramação - Roberta Pauletich
Revisão: Amanda Maia
Edição: Paulo Ballado
Impressão: Meta Solutions
ISBN: 978-85-69728-15-3
Capa brochura, lombada quadrada e acabamento
laminado fosco.
204 páginas
1ª edição - 2020
DMC21 COMUNICAÇÃO E MARKETING
JORNALISTA RESPONSÁVEL : MIRIAN CARNEIRO BARBOSA
Contatos: 21. 32584917/ 981097176/
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