Repercutindo em todo o mundo, o filme é o assunto do momento. Lúcio Lage, pesquisador e especialista em saúde mental e comportamento humano pontua impactos importantes e reveladores.
O
filme ‘The Social Dilemma’,
disponível no Netflix com o Título “O Dilema das Redes”, estreado este
ano no Festival de Cinema
de Sundance e lançado na plataforma
de streamings em 9 de setembro de 2020. O filme que vem chamando atenção
de todo mundo é revelador, principalmente por sua origem geográfica, Estados
Unidos, Califórnia e o Vale do Silício.
De
acordo com o Pesquisador e Professor
Lúcio Lage,Doutorando em Saúde
Mental pelo Instituto de Psiquiatria da Universidade Federal do Rio de Janeiro
(IPUB/UFRJ) e Laboratório Delete–DetoxDigital
e Uso consciente de Tecnologias, pertencente ao (IPUB/UFRJ), não é de hoje, que estudos e pesquisas revelam o
quanto é importante alertar sobre a influência das redes sociais
na vida humana, ressaltando que se o filme fosse produzido aqui no Brasil, não
teria a atenção da mídia que já iniciou o esquecimento do coronavírus e já não
vende tantas pautas quanto no primeiro semestre deste ano.
O
filme apresenta relatos da vários profissionais que trabalharam ou trabalham em
grandes players da Tecnologia da
Informação como Google, Facebook e outros.
O
eixo central do documentário é a manipulação das pessoas, onde são usadas
técnicas de persuasão eficazes baseadas em conhecimentos de Psicologia e do
funcionamento do cérebro humano.
A
grande discussão que o filme apresenta é o binômio “Mídias Sociais x Saúde
Mental” e como ele é estruturado para assegurar o engajamento pela atenção
máxima das pessoas gerando impactos na Saúde Mental dos humanos. Abaixo Lúcio pontua quais os principais
aspectos abordados no filme e que são de extrema relevância social. Confira:
·
Impactos
do documentário “ O dilema das redes” na Saúde Mental
Não
é de interesse da indústria se Tecnologia da Informação (TI) que o lado “B” das
tecnologias digitais seja revelado e debatido, o que pode começar agora com
este marco do referido filme, pois não há dúvida, é o assunto do momento.
Sabe-se
por intermédio de milhares de artigos acadêmicos, pesquisas, estudos, matérias
jornalísticas e livros, do Brasil e de grande parte do mundo,que o uso
exacerbado e não consciente de tecnologias digitais pode causar danos
físicos e mentais nos indivíduos. Sobre
isto, o livro “Dependência Digital: Tecnologias transformando pessoas,
relacionamentos e organizações” em https://www.barralivros.com/dependencia-digital aborda vários aspectos do tema.
Isto
acontece pela forma com que, nos bastidores, as redes sociais e outros recursos
digitais são gerenciados a partir do monitoramento daquilo que as pessoas fazem
quando estão usando estes recursos.
·
Você se sente Cliente das redes sociais?
Quando
você decide participar de uma rede social é possível que você se sinta um
cliente do fornecedor que escolheu, mas não á bem assim. Na verdade você vai
trabalhar gratuitamente para turbinar o uso destes recursos e gerar lucros cada
vez maiores para estes fornecedores. Você será manipulado (a) para manter-se
conectado (a) o maior tempo possível gerando para eles novas oportunidades de
exposição de inúmeros produtos e serviços de terceiros, sem que você nada
receba por isto.
Todo
gerenciamento de acessos das pessoas, assim como o tempo de conexão, com quem
você relaciona, suas preferências e tudo mais, é observado por
supercomputadores e algoritmos complexos para gerar estímulos que façam com que
as pessoas fiquem cada vez mais conectadas, dependentes e se relacionando, consultando,
opinando, comprando e assimilando tudo que é mais vantajoso e lucrativo para
eles com sua participação “voluntária”, independentemente se é do seu
interesse.
Você, usuário, não é a prioridade, mas sim um
“operário digital” a serviço do crescimento deles. E toda esta manipulação
serve para divulgar produtos, manter publicidade, crescer as conexões, manter o
engajamento das pessoas, presas o maior tempo possível, independente dos
problemas (que eles conhecem) e que podem causar danos físicos e psicológicos
destes usuários “autômatos”.
Sobre
o detalhamento deste binômio, “Autônomos x Autômatos” recomendamos ler
“Convivendo bem com a Dependência Digital” em https://www.barralivros.com/convivendo-dependencia-digital
·
Por
que os usuários das redes sociais são autômatos?
Deveríamos ser Autônomos e não
“Autômatos”, para fazer nossas escolhas, mas não é assim que funciona porque os
grandes players da Tecnologia da Informação. Eles desenvolvem seus algoritmos
para NÃO dar autonomia para as pessoas que as usam, fixando-as para gerar
informações sobre seus comportamentos e com isto conduzindo toda a massa de
humanos para a monetização dos seus produtos. Quanto mais distração, menos foco
no que está em torno e que é real e mais atenção ao digital em uma espécie de
Alienação Virtual.
·
Existem
culpados?
No
vale do Silício, berço da Tecnologia da Informação, há quem diga que não há um
vilão nesta história, mas existem muitos problemas em todo este universo
digital. Tristan Harris (ex-Google) propulsor deste movimento sobre os
bastidores das redes revela que são muitos os problemas na indústria de TI e
destaca que os recursos computacionais digitais foram criados para gerar dados
para seus detentores e quanto mais tempo de conexão, mais dados são gerados.
Ele diz ainda, que o conceito de “ferramenta”, serve para o recurso que está
parado, disponível, para os usuários e as ferramentas de TI não estão lá
paradas à nossa disposição, mas sim para direcionar o comportamento humano.
Segundo
Tristan Harris, as plataformas de TI são responsáveis por que:
1) Expõe
crianças e adolescentes;
2) São
manipuladoras;
3) Direcionam
eleições;
4) Polarizam
e defendem posições mais lucrativas e não o melhor para o bem comum das
pessoas.
·
E o que fazer?Como a tecnologia não é
humanizada, não se pode esperar das lideranças de TI um movimento que considere
os usuários, seres humanos, e que possam rever seus lucros. Eles não farão nada
para mudar seus modelos de negócios altamente lucrativos.
Neste
cenário há necessidade de regulamentação que inclua, por exemplo, a taxação
para obtenção de dados dos usuários. Enquanto isto não acontece é preciso
entender todo este processo e praticar a Dosagem Permanente como gerenciamento
da dependência digital não produtiva conforme descrito em
https://www.barralivros.com/convivendo-dependencia-digital
E para entender mais ainda
o que as praticas digitais não adequadas estão fazendo com a humanidade, leia
também “Novos Humanos 2030: como será a humanidade em 2030 convivendo com as
tecnologias digitais” encontrado em https://www.barralivros.com/novos-humanos
Professor Lúcio Lage
Título: A vida após o novo coronavírus: novos comportamentos
Editora Barra Livros Mini CV - Lúcio Lage Gonçalves
Engenheiro, pós-graduação em
Administração Pública (EBAP/FGV), em Tecnologia Educacional (U.Católica de
Petrópolis), em Gestão do Conhecimento e Inteligência Empresarial (PUC -
Paraná) , Mestrado em Administração (UNIEURO), Doutorando em Saúde Mental
(IPUB/UFRJ), linha de pesquisa Dependência Digital. Pesquisador do Laboratório
Delete - Uso Consciente de Tecnologi@s (IPUB/UFRJ) . Professor de cursos de MBA
de 2000 a 2010. Orientador acadêmico. Escritor dos livros "Gestão de
Mudanças na teoria e na prática" (2014), "Mudanças Organizacionais no
Brasil" (2015), "Dependência Digital" (2017) e "Convivendo
bem com a Dependência Digital" (2018). Co-organizador e co-autor do livro
“Novos Humanos 2030: Como será a humanidade em 2030 convivendo com as
tecnologias digitais?”(2019). Mais recente lançamento: A vida após o novo
coronavírus: Novos Comportamentos (30/junho/2020).
Contato: DMC21 COMUNICAÇÃO E MARKETING
(21) 32584917/ (21)981379583
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