O racismo é
muito grande, mas esse não é o principal problema. O assassinato de George Floyd no decorrer deste mês é um
símbolo do racismo e serve como exemplo do tratamento dispensado aos negros nos
EUA, mas não pode ser uma régua para as mortes de negros no Brasil.
É claro que vivemos em uma sociedade racista. Sou negro e
posso afirmar isso, sou advogado e sei que é crime e por ser cidadão sei que
esse não é o principal problema.
“Vidas negras contam”, mas por aqui o slogan certo seria
“vidas periféricas contam”.
O maior “racismo” no Brasil não está na cor da
pele, mas sim na condição social da pessoa. Se 70% dos mortos em operações
policiais no Rio de Janeiro são negros e pardos é porque a periferia carioca é
de maioria negra ou parda. Acredito que em Santa Catariana esse percentual seja
bastante diferente!
A sociedade, através de seus agentes, não esta matando a
população negra, mas sim a população periférica. Aqui o problema é histórico e de base, enquanto negros não
tiverem oportunidades na educação regular eles continuaram sendo mortos. Não
por serem negros, mas por serem a periferia, e essa não importa para o Estado.
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