Por Izidoro de Hiroki Flumignan Endocrinologista, Sanitarista, Especialista em Diabetes e Diretor do Instituto Flumignano de Medicina
As pessoas com diabetes e também tenham covid-19 tem mais
chances de morrer do que as normais. Isto ocorre por que o diabetes é uma
doença que causa hiperglicemia, que por sua vez reduz a imunidade e favorece
crescimento dos vírus, fungos e bactérias.
Como sabemos, no vírus SARS-COV-2, que causa o covid19, tem
algumas características que outros vírus não tem. Sua capacidade de multiplicação dentro do
organismo é muito mais rápida do que a dos outros vírus e por isso o nosso
sistema imunitário tem dificuldades de
responder a infecção na mesma velocidade. Já, nas pessoas que são saudáveis e
tem boa imunidade, a grande maioria,
conseguem vencer esse crescimento viral.
Porém todas as pessoas que tiverem qualquer doença prévia,
mas por ordem de importância, doenças do coração, diabetes e obesidade são mais
susceptíveis as complicações que, as vezes, podem culminar no óbito. Portanto, especialmente para este grupo, é muito relevante
manter-se por mais tempo em afastamento social, provavelmente, até dezembro, e
manter o bom tratamento destas doenças.
O plano de redução gradativa do isolamento social se faz
necessário e pode causar um repique de novos casos mas temos que enfrentar, uma
vez que os hospitais de campanha já estão montados. É certo que a pandemia somente termina quando 80% das
pessoas tiverem sido infectadas, que funciona como se fosse uma vacinação com
vírus selvagem.Uma vez que a pessoa tenha tido o covid19, consideramos, ainda
empiricamente, ou seja, sem provas científicas, que essa pessoa não pega mais e
nem a transmite.
Porém não sabemos se essa imunidade é permanente ou
transitória, além do mais pode aparecer o covid-20 através de uma mutação
viral, que ainda não se tem notícia de existir.
Especialmente para as pessoas com diabetes, a ACD – Associação
Carioca dos Diabéticos e o Lions Clube do Rio de Janeiro, solicitaram ao
parlamentar Deputado Silas Malafaia, antes mesmo desta pandemia, que se tornou
ainda mais importante quando a epidemia apareceu, uma lei, a semelhança de que
já existe em Nova Iorque, conhecida como Notificação Compulsória da Hemoglobina
Glicada que obrigaria os laboratórios
públicos e privados comunicar para a SES -Secretaria Estadual de Saúde os
resultados anormais.
Desta forma, a Secretaria de Saúde teria um grande cadastro
que poderia localizar cada pessoa com diabetes descontrolada e desta forma
protegê-las. Estamos muito contentes com a dedicação do deputado as
pessoas que sofrem de diabetes, de importância máxima hoje em dia, pois além de
serem mais susceptíveis ao óbito pelo covid19, também é considerada uma
pandemia global e considerada a doença mais cara do mundo.
O Lions Clube e a ACD também estão empenhados na
regulamentação da profissão de podologia para que sejam inseridos nos cuidados
multidisciplinares do pé diabético, que
é causa frequente de amputações e invalidez que poderiam ser prevenidas com os cuidados destes
profissionais nas unidades básicas de saúde.
DUAS PERGUNTAS PARA
DR. IZIDORO FLUMIGNAN
1-O senhor tem
diabetes e recentemente teve COVID-19. Como foi este processo, da doença à
cura?
Dr.
Flumignan : Bem, meu diabetes é muito bem controlado com os
melhores medicamentos e equipamentos do mundo, além de fazer uma dieta natural
e exercícios diários. Ando muito de bicicleta, nem tenho carro, que aliás, essa
decisão melhorou muito minha qualidade de vida. Quando peguei o covid-19, no
início de maio, fiquei 9 dias com febre, me isolei no meu fechado, nem saia
para almoçar ou jantar na sala. Isto é relevante para reduzir as chances de
passar para a família e deu certo, pois minha mãe, com 85 anos, não pegou.
Depois de 6 dias com febre, me tratei somente com
paracetamol, não tive tosse ou dores, e no final, já 3 dias sem qualquer sintoma, me dei como curado e voltei a trabalhar. Foi simples assim. Eu reconheço
que mesmo sendo médico fiquei com um medinho de morrer. É assim mesmo, os
estresses que as notícias trágicas desta doença abalam a todos nós. Lembrem-se
que em média 97% das pessoas se recuperam, cerca de 10% precisam de ajuda
hospitalar e 3% morrem.
2-Como
o paciente diabético pode fortalecer sua imunidade?
Dr.
Flumignan: Especialmente para as pessoas com diabetes o bom controle
da glicemia é o mais relevante. Já o
conselho que serve para todas as pessoas é comer alimentos naturais e na medida
do possível, crus.Sim, os alimentos crus, como as frutas e legumes, bem higienizados, que tem bactérias normais, quando ingeridos,
estimulam nosso sistema imunitário através da flora intestinal. Portanto, os
probióticos, que compostos farmacêuticos naturais, com bacilos boas, são
favoráveis a nossa imunidade.
Já os alimentos industrializados, cozidos e fritos não tem
bactérias, o que reduz o a estimulação do sistema imunitário, que acaba por enfraquecê-lo.
Não há remédios que melhoram a imunidade. A vitamina C e o zinco, por exemplo,
não podem faltar no organismo, mas seu excesso não protege em nada.
Enfim,
não há remédios efetivos para melhorar a imunidade das pessoas saudáveis. A
natureza continua sendo a mãe que nos cuida.
Serviços:
Izidoro
de Hiroki Flumignan
Instituto
Flumignano de Medicina
Av.
Nossa Senhora de Copacabana, 664 / 704
– Galeria Menescal
(21)
2549-1155
Comentários
Postar um comentário