Cerca de 200 mulheres participaram hoje, de 10 às 16h, na Cinelândia, Rio de Janeiro, de um evento organizado pela ala feminina do Partido Trabalhista Brasileiro afim de alertar sobre a importância do autoexame e da prevenção do câncer de mama, que, segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCa), é o tipo da doença mais comum entre as mulheres no mundo e no Brasil, depois do de pele não melanoma, corresponde a cerca de 25% dos casos novos a cada ano. No Brasil, esse percentual é de 29%. De acordo com o Ministério da Saúde, para 2019, já foram detectados cerca de 59.700 casos novos de câncer de mama no país.
Segundo Cristina Costa, organizadora do evento e Presidente do PTB Mulher – RJ, o evento que fez ampla distribuição de laços rosa (símbolo nacional da campanha) e folhetos explicativos, existe há 10 anos. Segundo Cristina é muito importante que as mulheres se conscientizem sobre a prevenção da doença. “Mesmo com tantas informações que são divulgadas por aí muitas mulheres ainda desconhecem como fazer seus exames, como procurar ajuda e principalmente seu direitos. Como somos um grupo de mulheres atuantes na sociedade é nosso dever de cidadania estar aderindo esta campanha do Outubro Rosa” explica a organizadora, lembrando que convidaram a médica Angela Tenório para prestar esclarecimentos à população feminina sobre a doença.
“Muitas até estão com a doença e precisam de uma ajuda também com a autoestima. Aqui, conversando com elas, há esse incentivo de procurar, se tocar e se envolver no autoexame. Inclusive, hoje passou uma senhora com lenço na cabeça e ela morre de vergonha de dizer que tem câncer de mama. Isso não pode mais existir, temos que empoderar estas guerreiras” declarou Cristina Costa.
A angiologista e Clínica Geral Angela Tenório, que prestou esclarecimentos a diversas mulheres na tenda do Outubro Rosa, disse que infelizmente esta campanha só acontece este mês, quando deveria ser permanente, inclusive por parte da Prefeitura e governo Estadual e Federal.
“Outubro é o mês representativo. O câncer aparece todos os dias. Há dez anos, em cada dez mulheres, duas tinham câncer de mama. Hoje, em cada dez mulheres, oito possuem câncer de mama. Então, a campanha em prol à destruição do câncer deveria ser maior, mais enfatizada” fala a médica, lembrando que, infelizmente, o paciente quando detecta o câncer a primeira coisa que ele quer é se tratar, se salvar. “O paciente quer um atendimento imediato e não existe esse tratamento imediatamente. A pessoa é obrigada a fazer a inscrição no SisReg e aguardar em casa ser chamado, quando houver vaga em um hospital. Isso pode levar três, quatro, cinco meses e nesse período ficará desesperado querendo se livrar do mal e nem sempre vai conseguir. Ficará entregue nas mãos de Deus”.
A costureira Letícia Lázaro, de 56 anos, passou por um câncer de mama há seis anos. Ela conta que foi ao ginecologista fazer um exame de rotina relacionado ao útero, porém o médico sugeriu que fosse também realizada uma mamografia. Foi detectado um tumor maligno nas mamas.
“Após os exames fui encaminhada para o hospital da mulher, e posteriormente para o hospital Mário Freitas. Fiz um ano de quimioterapias, sendo quatro vermelhas e quatro brancas. Passei por toda a rotina que uma pessoa diagnosticada com câncer de mama tem que passar. Continuei com tratamento, onde fui submetida a mastectomia total e esvaziamento axilar. Apesar de passar por vários problemas e complicações durante esse processo, "graças a Deus" eu venci o câncer. Há um mês, finalmente fiz o procedimento de reconstrução de mamas e estou curada” diz Letícia aconselhando que, em primeiro lugar, é fundamental fazer a prevenção. “Não deixem de fazer, seja na idade que for. No momento que você já tenha virado uma adolescente, já menstrua e começa a formar o corpo, como também as mais idosas, não deixem de fazer a prevenção. Foi por um exame de rotina que eu descobri. Descobrindo, vamos encarar, não podemos ter medo. Não tema! O câncer de mama pode ser vencido!”.
A Presidente Regional do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB-RJ), a advogada Cristiane Brasil também esteve presente ao evento e alegou que a detecção precoce do câncer de mama é fundamental para que as mulheres procurem tratamento, caso descubram que tem a doença, o mais rápido possível. “Ouvi de uma paciente que esta doença é como um ratinho que vai roendo nosso corpo e quanto mais a demora na detecção, mais a demora em se iniciar o tratamento e mais difícil será o combate à doença” explica Cristiane, alegando que é de suma importância o autoexame , assim como a busca dos exames fundamentais na rede de saúde e complementares para se prevenir da doença que leva cada vez mais mulheres a se tornarem vítimas.
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